Primeiros meses de 2023 tem ruptura de ovo de galinha, enxaguante bucal e arroz

 Primeiros meses de 2023 tem ruptura de ovo de galinha, enxaguante bucal e arroz

Foto de Pixabay: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ovos-marrons-em-tigela-de-madeira-marrom-em-tecido-de-malha-bege-162712/

Especialistas acreditam que a falta dos produtos nas gôndolas tem a ver com o aumento dos preços nos últimos doze meses

Os primeiros meses de 2023 foram marcados pela ruptura do ovo de galinha. Esses índices foram analisados pela Neogrid, empresa de tecnologia e inteligência que desenvolve soluções para a gestão da cadeia de consumo e que participará da edição 256 da revista SuperVarejo com a pesquisa “Os 5 maiores fornecedores do Brasil por categoria”.

Os dados mostram que em janeiro e fevereiro a ruptura registrada foi de 14,6% (jan) e 16% (fev). “Isso porque nos últimos 12 meses a alta do preço do ovo chegou a quase 20%, segundo o IPCA. Esse aumento é decorrente da recomposição dos custos de produção, especialmente do milho e da soja, usados na ração dos animais, commodities cujos preços subiram fortemente ao longo de 2022. Além disso, os preços costumam subir durante a Quaresma, visto que o consumo de carnes diminui, elevando a procura por ovos”, comenta o diretor de Customer Success da Neogrid, Robson Munhoz.

O mesmo aconteceu com o enxaguante bucal, que durante o período do carnaval de 2023 chegou a marca de 10,5% em janeiro e 13,8% em fevereiro. A ruptura de um produto específico chamou a atenção, por ser o primeiro acontecendo de forma regular após a pandemia.

Por outro lado, o arroz, que se manteve estável durante o ano de 2022 com uma média de ruptura de 9,3% ao ano, registrou alta no último mês de janeiro, chegando a 16,1%. Em fevereiro, a ruptura registrou uma leve queda, fechando o mês com 14,5%. Especialistas apontam que esse será o cenário para o ano de 2023. Entre os fatores que explicam a previsão negativa estão a redução da área destinada à cultura e o clima seco em partes da Região Sul, que pode levar a colheita para o menor volume do século, segundo pesquisadores do Cepea.

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do arroz subiu 5,98% no acumulado de 12 meses até dezembro de 2022. Considerando as variações por região metropolitana, a maior alta se deu em Porto Alegre (RS), onde o alimento ficou 10,55% mais caro no período.

Para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no Brasil, a produção da safra 2022/23 deve cair 3,81% em relação à temporada passada, somando 10,38 milhões de toneladas, enquanto a área de cultura deve diminuir 9,51%. Já em fevereiro, o produto fechou o mês com 16% de ruptura, uma alta de 1,4%.

Segundo a Horus, empresa de inteligência de mercado que compõe o ecossistema Neogrid, de janeiro para fevereiro/2023, o preço médio do quilo do arroz branco subiu 2,6%, passando de R$ 5,36 para R$ 5,50, resultado da menor oferta decorrente da redução da produção.

Cenário de ruptura em 2022

De acordo com o Índice de Ruptura da Neogrid, que mede a falta de itens nas gôndolas, a variável fechou em 10,6%, em 2022 (média anual). O estudo realizado pela empresa mostra que entre maio e dezembro de 2022 foram registrados os maiores índices de ruptura do ano, com 11,9%, próximo da média de 11,87% do ano de 2020.

Dentre os itens que mais faltaram nas redes de supermercados e atacarejos estão os alimentos derivados do leite, com uma média de ruptura de 14,5% ao longo do ano. “Além da indisponibilidade, o consumidor encontrou alta nos preços desses produtos. O leite longa vida, matéria-prima para diversos produtos, representou um aumento de mais de 41% ao longo do ano, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)”, comenta Maria Luiza Zacharias, Co-founder e Diretora de Novos Negócios na Horus.

Outros produtos que também estiveram em falta foram os eletroportáteis, produtos da linha verde e linha marrom, que incluem celular, modem, smartwatch e tablet, por exemplo. Para Neogrid, isso é um reflexo da crise de semicondutores, ou chips, causada em função da guerra na Ucrânia, que teve início no começo de 2022.