Confira as habilidades mais valorizadas pelo setor

 Confira as habilidades mais valorizadas pelo setor

O setor supermercadista se esforça para aproximar os profissionais das habilidades e competências que mais valoriza. A rede paranaense Condor, com 13 mil funcionários, é um exemplo desse empenho. Para desenvolver e capacitar os colaboradores, mantém uma universidade corporativa composta por nove escolas e uma grande equipe multidisciplinar.

“Trabalhamos para que todos tenham acesso a treinamentos e programas de desenvolvimento para uma boa comunicação, trabalho em equipe, resiliência, relacionamento interpessoal – competências essenciais para o varejo supermercadista”, conta Charmoniks da Graça Heuer, gestora de Recursos Humanos.

Na Rede Máximo, com 793 colaboradores, a preocupação em formar um time de profissionais com as características fundamentais começa na entrevista direcionada à capacidade de adaptação e inteligência emocional.

“Estamos em um ambiente de pressão e lidamos diretamente com pessoas, sejam clientes ou colegas, suscetíveis às variações de humor. Saber gerir e lidar com essas emoções da melhor forma possível é fundamental”, afirma Daniel Khouri, diretor administrativo.

As competências essenciais

Para Angela Halat Portugal, consultora e fundadora da Beehavior, a pandemia e o medo da contaminação tornaram o cliente mais sensível e atento a questões como a higienização das lojas e o tempo de espera nos caixas. “O cuidado com os processos e uma postura empática com as pessoas se tornaram ainda mais importantes”, diz.

A empatia tornou-se uma competência das mais importantes a serem desenvolvidas.

“Como consigo trabalhar o olhar para o outro, e entender as necessidades do cliente ou o colega de outra área, mesmo que eu não concorde? Isso se espera e vale para líderes e todos os liderados, e tem a ver com a questão da colaboração e do trabalhar em equipe, fortalecida pela pandemia”, destaca Olegário Araújo, cofundador da Inteligência360 e pesquisador do FGVcev – Centro de Excelência em Varejo da FGV EAESP.

Pensamento crítico – “As empresas precisam descentralizar o processo decisório, ou seja, dar mais poder a quem está na linha de frente, o que implica em autonomia e responsabilidade. Para lidar com a diversidade de opinião, de preferências e diferenças, é preciso desenvolver essa forma de pensamento, em que se procura entender e fazer perguntas”, resume Araújo.

Autoconhecimento – Para liderar outras pessoas, antes é preciso liderar a si mesmo. Angela explica: “Isso requer autoconhecimento – entender qual é o seu perfil e como você prefere trabalhar, tomar decisões e interagir com outras pessoas; compreender em que cenários ou tarefas é mais ou menos produtivo; e saber como esse perfil e preferências afetam a sua atuação no trabalho, num ambiente com pessoas diferentes de você”.

Autenticidade – Se os líderes são autênticos, não têm problemas de abordar suas vulnerabilidades e lideram pelos exemplos. Desta forma, criam as condições para todos contribuírem para a inovação de forma ágil.

Por fim, uma liderança que dá exemplo é capaz de engajar sua equipe. Esse é um grande desafio em equipes formadas principalmente por profissionais jovens, com pouca experiência, salários mais baixos e que, muitas vezes, não veem a possibilidade de construir uma carreira no varejo.