ACSP e Facesp se unem a pacto nacional para enfrentamento da pandemia

 ACSP e Facesp se unem a pacto nacional para enfrentamento da pandemia

O empresário Alfredo Cotait Neto foi empossado nesta segunda-feira, 22/03, como presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) para o biênio 2021-2023. Ele segue à frente das entidades que comandou entre 2019 e 2020.

Na cerimônia de posse da nova diretoria, que serviu de palco para palestra do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Cotait prometeu continuar o processo de reestruturação das entidades, assim como ampliar a aproximação com empreendedores paulistas.

O dirigente reforçou que a vacina é o “único caminho para acelerar a volta à normalidade e ao crescimento econômico”, e firmou compromisso de engajar a ACSP e a Facesp no pacto nacional entre poderes e sociedade para enfrentamento da pandemia proposto pelo presidente do Senado.

Segundo Cotait, a falta de ações coordenadas e as restrições adotadas nesse período desequilibraram a economia: enquanto alguns puderam trabalhar, cresceram e ganharam mais do que antes, outros sucumbiram, fecharam ou perderam renda e emprego – algo que, em sua avaliação, é impossível de aceitar.

“Temos que ter pessoas como o senhor [Rodrigo Pacheco] para enxergar essa necessidade de voltar ao equilíbrio”, disse Cotait, que elogiou a “clarividência” do presidente do Senado no sentido de construir esse pacto nacional, “trazendo esperança para o empreendedor que está desesperado.”

Ao fazer um amplo agradecimento à nova diretoria, aos que se desligaram, aos vice-presidentes, diretores, conselheiros, superintendentes das distritais, ao Fórum de Jovens Empreendedores e colaboradores em geral, Cotait citou a importância de alinhar estatutos para ACSP e Facesp serem a voz do empreendedor paulista.

Ele mencionou alguns feitos de sua gestão, como o fortalecimento da rede de associações comerciais de todo o estado, com visitas presenciais que ajudaram a conhecer melhor as necessidades dos pequenos negócios locais, incluindo ações do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC), presidido por Ana Cláudia Badra Cotait.

Citou o trabalho de reorganização financeira da ACSP para equilibrar seu déficit, assim como a requalificação das 15 distritais e da sede, na capital paulista, transformando-as de “centro de custos” em “centro de receitas”.

Também lembrou que sua gestão foi marcada pelo lançamento de produtos e serviços voltados à qualificação e suporte dos empresários, como a Faculdade do Comércio (FAC), a plataforma com cursos profissionalizantes Profis Online, e a desburocratização da oferta de crédito por meio da ACCrédito, entre outras.

E sinalizou outras frentes de trabalho nos próximos dois anos, como a qualificação de empreendedores para que possam entrar no mundo digital, ações voltadas para mulheres empreendedoras, e atenção especial ao Conselho de Inovação, por meio do qual se fará aporte de investimentos em startups.

Cotait também reforçou o protagonismo da ACSP nas discussões de pautas nacionais, como Reforma Tributária e medidas de apoio aos pequenos negócios.

“No meio de tudo isso, vamos continuar a prestigiar o varejo, que necessita cada vez mais do nosso apoio, pois sentiu demais os efeitos a pandemia. Por isso nosso trabalho é para que a gente consiga dar um fôlego, uma condição melhor para os pequenos que se encontram em uma situação dramática.”

Alfredo Cotait Neto é engenheiro civil formado pela Universidade Mackenzie, com mestrado em Economia e Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Preside o Conselho Deliberativo da Boa Vista SCPC, a Câmara de Comércio Brasil-Líbano, e foi condecorado pelo Itamaraty com o grau de Comendador da Ordem de Rio Branco.

Presidiu a Comissão Normativa de Legislação Urbanística e a Comissão Municipal de Emprego. Como primeiro suplente de Romeu Tuma (PTB-SP), falecido em outubro/2010, foi senador da República por São Paulo entre 3/11/2010 e 31/1/2011.

Na iniciativa privada, liderou empreendimentos nas áreas de construção civil, mercado de capitais, financeira, hoteleira e hospitalar. Para conhecer os integrantes da nova diretoria da ACSP e da Facesp, clique aqui.

PACTO NACIONAL  

Um plano de ação imediato para enfrentar um saldo de quase 300 mil mortes, falta de insumos e de leitos de UTI. E, é claro, uma solução econômica que contemple os “herdeiros da covid-19”, ou seja, pessoas que estão em situação crítica devido aos efeitos da pandemia, seja pela perda do emprego ou de membros da família.

Esse foi o mote da palestra “O Movimento Político Nacional”, do presidente do Senado Rodrigo Pacheco, convidado especial do evento de posse de Alfredo Cotait Neto e da nova diretoria da Facesp e ACSP.

Entre as questões abordadas, Pacheco afirmou que, com a aprovação do auxílio-emergencial, os parlamentares trabalham, ao longo dos quatro meses do novo benefício, para apresentar um programa social de renda mínima permanente, como uma espécie de novo Bolsa-Família.

“Precisamos de um programa que mescle assistência com estímulo ao trabalho”, disse, citando as cobranças feitas por parlamentares ao Ministério da Economia para apresentar um pacote de socorro a empresários.

Pacheco lembrou que, em 2020, as contas públicas tiveram um déficit de R$ 746 bilhões por conta do auxílio do Pronampe e do FGI Caixa, medidas importantes tomadas em caráter excepcional mas que ainda assim não foram suficientes, pois “transcenderam os limites do governo”.

O parlamentar também afirmou que a covid-19 é a grande prioridade do legislativo neste momento. “O negacionismo, que era uma tese no início da pandemia, passou a ser uma brincadeira macabra e medieval.”

Com a pandemia piorando, afirmou, será preciso reeditar medidas para ajudar trabalhadores e micro e pequenos empresários, como a prorrogação de pagamento de impostos, ou a redução de jornada e suspensão de contratos de trabalho, na crença de que sejam adotadas por pouco tempo devido à expectativa da vacina.

Pacheco também citou a rearticulação no Congresso pelo projeto de sua autoria pela volta do Refis nos próximos 30 dias, para ajudar a cuidar da saúde financeira das empresas neste momento crítico da pandemia que deve oferecer melhores condições que o programa de 2017, como isenção de juros e multa para pagamento à vista.

Lembrou ainda do reforço aos programas de repatriação de recursos e atualização de ativos de pessoa jurídica para atualizar IR e recolher com alíquota menor para socorrer os setores produtivos.

Pacheco deixou claro que, mesmo com a autonomia entre os poderes, o Senado e a Câmara dos Deputados são colaborativos com o governo federal em busca de soluções para a crise sanitária do país.

Ao citar a morte do senador Major Olímpio na última semana, um dos três senadores que faleceram por conta da covid-19, Pacheco disse que a dor pela perda dos colegas é a mesma dos brasileiros que perderam alguém.

Portanto, ao invocar o aspecto humano, a solidariedade, a compaixão e a empatia pelas vítimas e suas famílias, Pacheco propôs um pacto nacional com a presidência da República, deputados, senadores, o Supremo Tribunal Federal (STF), procuradores, governadores e prefeitos para discutirem juntos o que considera uma “situação gravíssima”.

Em sua avaliação, é preciso que, em vez do senso individual, prevaleça o senso de urgência sobre um problema que impacta a vida de todos os brasileiros.

“É preciso tomar cuidados e medidas contra infecção do coronavírus, além de criar um plano de ação coordenado pela presidência para passarmos por isso de maneira menos pior do que enfrentamos até agora.”

Pacheco também recebeu ofício das mãos do deputado federal Marco Bertaiolli (PSD-SP), vice-presidente da Facesp, que solicita, entre outras medidas, a celeridade no aporte de recursos do Pronampe, uma nova linha de crédito do BNDES para pequenos negócios, e reforçou a participação da Facesp e da ACSP no pacto.

“Na pandemia, só temos dois caminhos: o da união nacional, ou do caos nacional. Mas sei que cada qual, responsavelmente, e com amor ao Brasil, escolherá o melhor caminho”, concluiu o presidente do Senado.