Reinventing Cities procura ideias para transformar pontos do Centro de SP

 Reinventing Cities procura ideias para transformar pontos do Centro de SP

Centro Histórico de São Paulo

Competição voltada a arquitetos e urbanistas do mundo todo é uma parceria entre a rede C40 e a SP Urbanismo e receberá inscrições até o dia 20 de setembro

Uma prática de acupuntura urbana. É dessa forma que Cesar Azevedo, presidente da SP Urbanismo, define a futura transformação do Centro de São Paulo proposta pelo concurso internacional Reinventing Cities São Paulo.

À espera de boas ideias, a parceria da SP Urbanismo e da rede global de cidades C40 Cities, que reúne grandes cidades do mundo comprometidas com ações climáticas – está prestes a selecionar os melhores projetos de requalificação para quatro áreas estratégicas da região central da capital.

Consideradas portas de entrada para o centro, Azevedo contextualiza que as áreas demarcadas como (1) Mercado Kinjo Yamato/Boulevard Prestes Maia, (2) Praça Alfredo Issa, (3) Praça Dr. João Mendes e (4) Praça Clóvis Beviláqua foram escolhidas por serem pontos de passagem a todos que, de alguma forma, querem chegar à região central.

Outra razão para terem sido escolhidos, segundo o presidente da SP Urbanismo, é que esses pontos se conectam a outros projetos de requalificação urbana da Prefeitura já elaborados ou em andamento para a região.

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Diferentemente da época em que foram implantadas, em meados do século 20, Azevedo destaca que esses cruzamentos, ruas e avenidas surgiram para dar mais espaço ao tráfego de veículos.

“Hoje fazemos o caminho inverso. São muitos conflitos viários entre automóveis, pedestres e ciclistas, e pouco ou nenhum espaço para permanência e convivência das pessoas”, diz Azevedo.

Por essa razão, a expectativa da Prefeitura é transformar esses locais em espaços seguros à circulação de pedestres e usuários de meios de transporte não poluentes. Os estudos devem contemplar ações de sustentabilidade, acessibilidade, valorização do patrimônio histórico e criação de locais agradáveis de convivência.

Além disso, todos esses atributos permeiam os objetivos da rede C40 Cities, que aguarda por propostas de arquitetos, urbanistas e escritórios de arquitetura e urbanismo de todo o mundo para adaptar esses espaços ao novo modo de viver em São Paulo, com maior ênfase ao pedestre e à convivência nos espaços púbicos.

Azevedo recorda que em outras épocas era comum que grandes obras fossem escolhidas por meio de concurso internacionais, e vários ícones arquitetônicos da cidade foram projetados desta maneira.

Em 2016, a empresa pública promoveu o “Concurso Público Nacional de Ideias para Elementos de Mobiliário Urbano de São Paulo”, que contou com a participação de 221 profissionais e estudantes. No ano de 2015, aconteceu o “Concurso Público Nacional para Plano de Urbanização da Operação Urbana Consorciada Água Branca”. Um total de 424 arquitetos de 6 estados do Brasil participou da competição.

A exemplo do que ocorreu em cidades como Paris, na França, ou em Milão, na Itália, que também selecionaram projetos em rodadas anteriores do concurso, Azevedo diz acreditar em ações pontuais e estratégicas, de rápida execução, baixo custo e, até mesmo, reversíveis como alternativa às transformações urbanas que exigem processos extensos e burocráticos.

“Por isso, gosto tanto do conceito de acupuntura urbana. São intervenções primárias que muitas vezes despertam e norteiam mudanças em maior escala”.

COMO PARTICIPAR DO CONCURSO

Para participar do concurso, é necessário se inscrever até 20 de setembro no site da rede C40. O edital e todos os anexos podem ser encontrados no site e-negocios, da Prefeitura de São Paulo.

As propostas deverão ser entregues presencialmente ou por correio à SP Urbanismo entre 5 e 7 de outubro. Elas serão analisadas, sem identificação de autores, por um júri formado por representantes da SP Urbanismo, C40 e entidades de arquitetura do país entre 10 e 14 de outubro. O anúncio dos vencedores acontecerá em cerimônia pública prevista para outubro.

Cada uma das quatro áreas terá três propostas vencedoras. O primeiro colocado receberá o prêmio de R$ 100 mil e a possibilidade de ser contratado pela Prefeitura para desenvolver o projeto executivo proposto no estudo (valor de contratação fixado em R$ 300 mil). O segundo lugar será premiado com R$ 30 mil e o terceiro, com R$ 20 mil.

IMAGEM: Agência Brasil