Glossário do empreendedor: o que é hackathon

 Glossário do empreendedor: o que é hackathon

Nos últimos anos, as grandes empresas têm percebido que inovar apenas com as próprias forças é extremamente árduo.

Primeiro: as empresas não possuem as melhores e mais diversificadas mentes em seu quadro de funcionários – e pessoas são o maior ativo para gerar inovação.

Segundo: mesmo capacitados, os funcionários operam dentro da lógica, muitas vezes pouco flexível, de uma grande corporação, com governança e processos rígidos, e pode haver o receio generalizado de trocar o que é velho, mas ainda dá certo, pelo risco de inovar.

Para desatar esse nó, muitas companhias estão buscando práticas de inovação aberta – cooperações com universidades, institutos de pesquisa, fornecedores e clientes para solucionar desafios e inovar.

Entre as práticas colaborativas mais usadas recentemente está o hackathon, que se traduz por encontros intensivos em que uma empresa propõe um desafio tecnológico que deve ser solucionado por startups e desenvolvedores em um curto período, geralmente, de um a três dias.

Uma boa maneira de oxigenar a empresa por meio da cultura de risco, experimentação e soluções ágeis.

IMPACTO NAS EMPRESAS

A proposta de construir um produto que se prove minimamente viável dentro de um prazo apertado demanda escolhas difíceis e constantes e encoraja a criatividade. Restrições são um multiplicador de força notável para a inovação.

Uma das orientações para empresas que desejam realizar um hackathon é criar previamente um arquivo compartilhado para que os participantes, que já deverão ter conhecimento do desafio, apresentem ideias e listem quais tipos de habilidades possuem e quais companheiros de time estão em busca.

Isso os encorajam a formar equipes e começar a trabalhar espontaneamente.

As ideias que nascem em um hackathon não precisam ser, necessariamente, inovações disruptivas. O objetivo de um hackathon é criar experimentação sem medo de errar, o que faz nascer descobertas menos óbvias, mas igualmente importantes, fortalecendo a cultura de inovação na empresa.

Alguns modelos de hackathon são focados na exploração de dados livres – e o desafio é usar a informação para criar soluções úteis para a sociedade. Esse formato tem sido usado por órgãos governamentais.

Em 2015, a consultoria Futura Networks, com apoio da Prefeitura de São Paulo, criou o Hackathon SP Interativa, para escolher aplicativos relacionados aos serviços de iluminação, limpeza urbana e wifi livre na cidade de São Paulo.

Foram disponibilizados aos participantes dados do Departamento Municipal de Iluminação Pública, como os protocolos de atendimento ao consumidor, e dados da Coordenadoria de Conectividade e Convergência Digital.

Um dos aplicativos vencedores criava um mapa de todas as praças Wi-fi livre da cidade e informações técnicas, como o número de acessos e velocidade de rede.

ORIGEM 

O termo hackathon nasceu da junção das palavras em inglês hack e marathon, que em livre tradução pode ser entendido como uma maratona de programação de hackers, pessoas com profundo conhecimento em tecnologia, sistemas e programas de computação.

A prática teve início com a popularização de empresas de internet, no final da década de 1990.

O filme A Rede Social, que conta a história do Facebook, mostra rapidamente um tipo de hackathon deturpado – numa cena, jovens programadores provam seus conhecimentos para conquistar vagas de trainee na empresa de Zuckerberg. O desafio: hackear um servidor enquanto consumem bebida alcoólica.