Como estão os negócios de condomínios criados na pandemia

 Como estão os negócios de condomínios criados na pandemia

Modelo de loja do market4u (crédito/Divulgação)

Empresas que atuam nos modelos de vending machine e honest market se reinventaram para garantir a escalabilidade

Apesar das crises serem uma multiplicadora de desafios no dia a dia dos empresários brasileiros, pesquisas indicam que o empreendedorismo teve um aquecimento durante a pandemia do Covid-19. De acordo com informações divulgadas pelo Mapa das Empresas, foram abertas uma média de 3,3 milhões de negócios em 2020, o que representa um aumento de 6% em relação a 2019. Por conta da necessidade de isolamento social nesse período, um dos segmentos impulsionados foi o de conveniência, mais especificamente em condomínios. 

“Transformações sociais, como as que ocorreram nos últimos dois anos, formam novas necessidades e, consequentemente, oportunidades. Portanto, é fundamental estar atento às oportunidades que vão se formando no mercado. Na época da pandemia, a recomendação era ficar em casa. No entanto, tanto a vida pessoal como a profissional precisavam continuar. Neste ponto, os modelos de negócio que atuavam com vending machine e honest market viraram febre”, diz Gustavo Almeida, CEO da Take. 

Take é uma startup que nasceu em 2018 e utiliza inteligência artificial que identifica itens retirados de uma smart vending cooler, nome dado a uma geladeira que armazena bebidas alcoólicas ou não. Embora tenha surgido antes da pandemia, as operações começaram a acontecer efetivamente durante. “A partir de um aporte inicial de R$ 100 mil, que cobriram as despesas da prototipagem e do lançamento, disponibilizamos, em maio de 2020, as cinco primeiras smart vending coolers, que disponibilizam cervejas geladas durante 24 horas, nos sete dias da semana e sem a necessidade de um vendedor para a intermediação da compra”, lembra o executivo. 

Smart vending cooler da Take (crédito/Divulgação)

Com sete meses de “vida” e 50 máquinas em operação, a startup chegou a faturar R$ 50 mil e, no primeiro trimestre de 2021, alcançou 15 estados brasileiros e 500 pontos de vendas. Mas, no empreendedorismo, nem tudo são flores e as buscas pela escalabilidade são frequentes. Desta maneira, a marca decidiu expandir a atuação para além dos muros de condomínios e passou a estar, também, em ambientes como universidades, academias, hotéis, estacionamentos e co-workings. Atualmente, a empresa tem presença nacional com mais de 2.500 pontos de vendas.  

“A nossa tecnologia de reconhecimento por imagem é aplicável a qualquer tipo de produto, o que nos permite chegar em diversos ambientes. Com a retomada das atividades, investimos nessas novas frentes, pois o processo é o mesmo, então ‘treinamos’ nossa tecnologia para que ela reconheça os produtos não alcoólicos. Por questões estratégicas, nosso foco está em Alimentos e Bebidas (AB) e, neste primeiro momento, focamos em parcerias com linhas de chás, refrigerantes, energéticos, além de águas, sucos e isotônicos”, explica Almeida.

Por sua vez, o market4u identificou uma oportunidade no honest market ao instalar minimercados autônomos, isto é, sem funcionários, dentro dos condomínios, com até 500 produtos em estoque, operado totalmente pelo celular e aberto 24 horas por dia, sete dias por semana, ininterruptamente. A rede inaugurou sua primeira unidade em fevereiro de 2020 em Curitiba e, atualmente, está presente em 20 estados com 240 franqueados e mais de 2.050 unidades. A expectativa agora é alcançar 1.000 franqueados e 10 mil lojas até 2023. 

Modelo de loja do market4u (crédito/Divulgação)

Com tecnologia própria desenvolvida especificamente para mercados autônomos, o market4u oferece algumas vantagens, como promoções segmentadas conforme o perfil de consumo, o que já sinaliza ao cliente quais produtos estão disponíveis no mercado sem que ele precise sair de casa.