Rupturas nos supermercados voltam a subir

 Rupturas nos supermercados voltam a subir

Desde que a pandemia começou, no ano passado, a ruptura – índice que mede a falta de produtos nos supermercados – vem oscilando no país. Após quatro meses em alta (de setembro de 2020 a janeiro deste ano), o índice havia recuado nos meses de fevereiro (11,45%) e março (10,68%), porém, tornou a subir em abril, chegando à casa dos 11,03% e agora em maio subiu para 11,14%.

De acordo com o estudo desenvolvido pela Neogrid, especializada na sincronização da cadeia de suprimentos, essa alta que ocorreu em maio foi impulsionada inclusive por produtos destilados, como a cachaça, com 12,24% em maio, que anda em falta nas prateleiras dos supermercados.

Além dela, o ranking dos produtos com maior ruptura também mostra a falta de bebidas à base de soja, de leite longa vida, ovos e conhaque. Entre as razões para essa estão o aumento do consumo impactado pela volta do auxílio emergencial e a mudança do padrão de consumo ditada pelo menor poder aquisitivo do brasileiro.

“Com o auxílio emergencial, o consumidor voltou às compras, porém, é possível perceber que o padrão de consumo mudou. Se antes ele comprava um produto de determinada marca, agora compra o mesmo produto, mas de uma marca mais barata, ou ainda aproveita promoções. No caso das promoções percebemos que o consumidor tem preferido comprar mais unidades do mesmo produto quando o preço é atrativo. Assim, temos uma alta de vendas por unidade que nem sempre se reflete em valores”, explica Robson Munhoz, CCSO (Chief Customer Success Officer) da Neogrid.

Bebidas alcoólicas

Um dos produtos que chamou atenção no levantamento de maio foi a cachaça. A exemplo da cerveja, que nos últimos meses de 2020 e no início deste ano apresentou ruptura alta, a bebida destilada também está entre os produtos em falta nas prateleiras dos supermercados.

Se em junho do ano passado a ruptura média da cachaça era de 9,86% e chegou a 7,81% em novembro de 2020, a partir de fevereiro deste ano o índice começou a subir consistentemente, fechando o mês de maio em alta (12,24%).