Restaurantes vegetarianos crescem 27% no Rappi em 3 anos

Dados de consumo fazem parte de um levantamento exclusivo feito pelo aplicativo a pedido da MERCADO&CONSUMO

A busca por alimentação saudável, a base de plantas e de menor impacto para o meio ambiente não é mais uma tendência e, sim, realidade no foodservice, o setor de refeições preparadas fora do lar. Entre 2021 e 2023, o número de restaurantes vegetarianos cresceu 27% na base de parceiros cadastrados pelo Rappi, o maior aumento registrado por categoria, segundo o levantamento exclusivo feito pelo aplicativo de delivery a pedido da MERCADO&CONSUMO. A opção de refeição saudável é o quarto tipo mais consumido no superapp.

Luisa Dias, gerente sênior de Inteligência Comercial no Rappi Brasil, afirma que os números são claros quanto à crescente demanda do consumidor por esse tipo de refeição e que o aplicativo reflete esse comportamento. “Não só mais marcas ‘veggie’ têm surgido, como também os restaurantes de outras categorias lançam periodicamente versões veganas e vegetarianas de seus produtos em seus menus”, afirma a porta-voz. “Nós, inclusive, já temos todas essas novidades cadastradas na plataforma do Rappi para os nossos usuários desfrutarem”, comenta.

No Rappi, o usuário pode selecionar a categoria “restaurantes” e, em seguida, aplicar os filtros “saudável” e “vegetariana”. Além disso, na vertical Turbo, com entregas em até 10 minutos, há ofertas especiais em dias específicos da semana, como o “dia da feira”, que oferece legumes e verduras frescas.

“Só pelo fato de existir a classificação de “saudável” como categoria para o consumidor escolher o que vai consumir no app, já é um indício que o interesse está aumentando”, observa Bruna Pavão, fundadora e CEO da Saudabe, uma brandtech focada no desenvolvimento de estratégias de marketing e vendas para marcas que desejam gerar impacto positivo.

Aumenta a busca por alimentos a base de plantas

Diretor-executivo da Associação Nacional de Restaurantes (ANR), Fernando Blower explica que ao menos três fatores estão interligados para esse resultado: aumento da demanda por opções veganas e vegetarianas, ênfase na saúde e no bem-estar e sustentabilidade e consciência ambiental.

Uma pesquisa publicada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) em 2023 – com números de 2018 – apontou que 14% da população brasileira se considerava vegetariana. Esse percentual equivale a 30 milhões de pessoas. O estudo previa que o número passaria para 40 milhões de vegetarianos no final de 2023, representando 20% da população nacional.

“A conexão entre esse tipo de alimentação e um maior cuidado com a saúde e o bem-estar têm influenciado a adesão a esses hábitos alimentares”, comenta Blower.

Dados de uma pesquisa recente, conduzida pela Saudabe em parceria com a SVB, comprovam que os profissionais da saúde, especialmente, as nutricionistas, estão cada vez mais estudando sobre alimentação plant based (a base de plantas) e indicando-a para seus pacientes com o entendimento de que existe uma melhora efetiva na qualidade de vida.

Preocupação com a sustentabilidade pós-pandemia

Bruna Pavão compartilha outro estudo realizado pela Saudabe, intitulado “Jornada Digital da Saudabilidade”. De acordo com a executiva, “mais de 82% dos respondentes afirmam que passaram a consumir mais refeições saudáveis de aplicativos após a pandemia”.

“A crescente ênfase em conceitos de sustentabilidade e no impacto ambiental das escolhas alimentares tem permeado o debate público, especialmente, no período pós-pandêmico. Isso despertou o interesse de indivíduos que, mesmo não sendo vegetarianos ou veganos, passaram a considerar esse tipo de alimentação em suas rotinas”, diz Blower.

Outros dados de consumo do Rappi

Os hambúrgueres lideram como a refeição mais pedida no aplicativo. A representatividade desse tipo de comida na operação do delivery manteve-se estável nos dois últimos anos, depois de passar de 15% para 18% entre 2021 e 2022, respectivamente.

Em seguida, vêm a comida japonesa, com share de 4%, 5% e 7%, em 2021, 2022 e 2023, respectivamente, a pizza (4%, 6% e 7%) e a saudável (3%, 4% e 5%).

Há uma pequena diferença percentual entre o gênero dos consumidores. As mulheres representam 55% do total de clientes cadastrados ante 45% de usuários masculinos.

Os dias preferidos para pedir comida em casa são os do fim de semana, entre sexta-feira e domingo.

Imagem: Shutterstock/mercado e consumo