IA generativa, como o ChatGPT, pode fazer PIB global crescer 7% em 10 anos

 IA generativa, como o ChatGPT, pode fazer PIB global crescer 7% em 10 anos

Relatório do Goldman Sachs aponta que na esteira da expansão obtida pelo ganho de produtividade viria o comprometimento de 300 milhões de empregos

Um relatório do banco de investimentos Goldman Sachs divulgado na segunda-feira (27) apontou que tecnologias similares ao ChatGPT podem aumentar a produtividade a ponto de expandir em 7% o PIB global em um período de dez anos. Mas nesse processo, a inteligência artificial generativa poderia substituir 300 milhões de empregos nas grandes economias.

Para quem ainda não está familiarizado com essa tecnologia, o ChatGPT é um chatbot desenvolvido pela OpenAI que utiliza inteligência artificial para interagir com humanos. Mais do que um “Google turbinado”, esse chatbot usa algoritmos de machine learning (aprendizado de máquina) que o permite aprender a reconhecer padrões e a replicá-los.

Diferentemente do buscador do Google, que ao ser perguntado remete a uma série de páginas onde podemos encontrar as respostas, o GPT dá a sua própria resposta, e de maneira clara. Permite ainda a interação, compreendendo as perguntas ou dúvidas dirigidas a ele e retrucando em um verdadeiro diálogo.

Em sua versão mais atual, o ChatGPT-4 permite que cada conjunto de pergunta e resposta envolva até 25 mil palavras, além de analisar o conteúdo de imagens.

É essa capacidade de aprender e se comunicar com os humanos de maneira fluente que abre uma infinidade de portas para a aplicação dessa ferramenta de inteligência artificial. Abastecido com informações fiscais e tributárias, por exemplo, o GPT poderia fazer as vezes de um auditor fiscal. Munido de informações legais, poderia advogar.

Os advogados e funcionários públicos, aliás, estão entre os profissionais citados no relatório do Goldman Sachs com maior risco de se tornarem dispensáveis.

Segundo Joseph Briggs e Devesh Kodnani, autores do relatório, dois terços dos empregos nos Estados Unidos e na Europa estão expostos a algum grau de inteligência artificial. A maioria desses profissionais, de acordo com os autores, não perderia o emprego, mas teria metade da carga horária automatizada.

Já em nível global, como os trabalhos manuais representam uma parcela maior do emprego no mundo em desenvolvimento, o levantamento estima que cerca de um quinto do trabalho possa ser feito por inteligência artificial, o que afetaria cerca de 300 milhões de empregos em tempo integral.

As projeções do banco são consideradas conservadoras pela própria instituição financeira. O relatório trabalha a possibilidade de a inteligência artificial substituir funções pragmáticas, como as que envolvem as tarefas de preencher declarações fiscais, avaliar cobranças de seguro ou documentar os resultados de investigações criminais.

Mas essa tecnologia avança de maneira absurdamente rápida. De acordo com comunicado recente da Google, no contexto da inteligência artificial, a capacidade computacional dobra a cada seis meses.  

Esse crescimento inflacionário se alinha mais com as previsões que aparecem em comunicado divulgado recentemente pela própria criadora do ChatGPT, a OpenAI, que informa que 80% da força de trabalho dos Estados Unidos poderiam ter pelo menos 10% de suas tarefas executadas por inteligência artificial.

IMAGEM: Freepik