Grupos regionais apostam em atacarejos e formato se multiplica pelo País

 Grupos regionais apostam em atacarejos e formato se multiplica pelo País

Mais barato de ser implementado, formato também mostra um melhor desempenho em venda absoluta e margem bruta

Formato que cresce em tempos de crise e inflação, os atacarejos têm se multiplicado pelo País, com grupos regionais apostando e investindo nesse modelo de negócio. Nas últimas semanas, o Grupo Zaffari e a Rede Angeloni lançaram seus primeiros atacarejos na região Sul.

Com um investimento de R$ 100 milhões, a primeira unidade da bandeira Cestto Atacadista abriu as portas em Porto Alegre (RS) em abril, com produtos de marcas tradicionais do mercado e próprias do Grupo Zaffari, que passarão a disponibilizar novos tamanhos e formatos.

Com um total de 32 checkouts, sendo 4 deles do tipo self checkout, a loja é dividida por áreas específicas de produtos, como mercearia, perecíveis, congelados, hortifruti, padaria e açougue, com produtos preparados no próprio espaço.

No último dia 4, a rede Angeloni lançou a primeira loja da bandeira Super A em Blumenau, Santa Catarina. Com cerca de 4 mil m² de área de vendas e 150 funcionários, a loja conta um mix de cerca de 10 mil itens.

A unidade inclui uma farmácia, praça de alimentação com 150 lugares e lojas de apoio, como lotérica, pet shop, venda e assistência de celulares e salão de beleza.

“Muitas das expansões são em cidades que têm uma oferta muito baixa de um varejo estruturado, com o nível de serviço oferecido pelos atacarejos. Esse formato permite que o atacarejo vá para muitas cidades do Brasil. Muitas vezes, essas lojas vão para o meio das cidades e atraem tráfegos de múltiplos municípios”, afirma Eduardo Yamashita, COO da Gouvêa Ecosystem.

Mais barato de ser implementado, por, normalmente, ser instalado em áreas mais afastadas, esse formato também mostra um melhor desempenho tanto em venda absoluta quanto na margem bruta, em relação aos hiper e supermercados.

“O investimento feito traz um retorno muito maior. Por isso que essa fórmula tem sido amplamente multiplicada e ampliada. Os grupos relevantes regionais que estavam posicionados mais em supermercados começaram a apostar nesse formato. Isso permite que eles capturem uma receita e um público que não tinham antes”, destaca.

Poucas oportunidades

Outra vantagem para os varejistas, segundo Yamashita, é a ampliação do público em relação aos hiper e supermercados. “Os atacarejos hoje pegam todas as classes sociais, mas pegam um pouco as classes mais baixas e também o B2B, como hotéis, restaurantes e padarias, que é altamente relevante e usa esse canal para se abastecer.”

Yamashita destaca, porém, que o formato já está bastante explorado e há poucas oportunidades. “O que a gente começa a perceber é uma competição aumentando, com mais empresas brigando pelo mesmo mercado. Acho que esse formato vai continuar crescendo, mas muito provavelmente num ritmo menor que o visto nos últimos 10/15 anos”, afirma.

Imagem: Divulgação/Grupo Zaffari