Dia das Mães: o que as mulheres esperam este ano?

Aceitação. É este o principal ensinamento que as mães gostariam de passar aos filhos atualmente. O recente estudo “O que as Mulheres Querem”, da Kantar Insights, concluiu que 20% das mulheres em 2021 querem transmitir às suas filhas e outras mulheres com quem convivem a consciência de que elas são perfeitas e especiais como são, que não devem se comparar tanto, nem ter vergonha do corpo. No mesmo levantamento feito em 2019, a aceitação era prioridade apenas para 9% das entrevistadas. Este ano, o índice cresceu especialmente entre o público feminino com idade entre 18 e 29 anos.

A pesquisa ouviu 800 pessoas entre 2019 e 2021 e, na atual edição, outros dois temas também cresceram na percepção do público, que é a divisão de conhecimento e empatia. As mudanças que a pandemia trouxe para dentro dos lares têm impacto nesta escolha. No último ano, quando mulheres viveram em maior número a perda do emprego e da renda, o aumento da carga horária com os cuidados extras com a casa e os filhos, e o alarmante crescimento dos índices de violência doméstica, olhar para o lado e compartilhar suas experiências e conhecimento tem sido uma saída.

“Estresse por sobrecarga, decorrente do acúmulo de tarefas domésticas; preocupação com a família e com o trabalho, decorrentes desse momento de pandemia. Isso se soma a um maior convívio entre os casais onde a desigualdade do papel do homem e a tripla jornada feminina ficam mais evidentes. Esses aspectos levam a uma exaustão física e mental, que impacta na crença sobre a sua capacidade e na percepção sobre o seu valor”, conclui Luciana Piedemonte, diretora de contas de e-commerce da Kantar.

Em termos de consumo, os cuidados com a autoestima e autoconfiança continuam em alta, apesar desse cenário. Para 15% das entrevistadas, espalhar a certeza de que cada mulher deve acreditar em sua própria capacidade e valor, e deve confiar em si mesma, é fundamental para uma vida mais “leve”. No entanto, quando o mundo chega à marca de um ano vivendo sob a pandemia, é a autoestima que tem sofrido, especialmente entre as mães. Neste grupo, a quantidade de mulheres que se declarou com uma autoestima acima da média diminuiu significativamente, de 35% em 2019 para 21% em 2021.

Por isso, para 18% delas é importante partilhar com as filhas e a comunidade alguns ensinamentos que vão além do currículo escolar e histórico profissional.