Consumo: aumenta preocupação com o meio ambiente

 Consumo: aumenta preocupação com o meio ambiente

O período de pandemia fez com que os diversos prolbemas se tornassem mais explícitos, o que viabilizou aos consumidores repensarem seus atos de consumo. De acordo com o estudo da PwC, Global Consumer Insights Pulse Survey, 50% dos consumidores globais dizem estar mais preocupados com o meio ambiente e com a digitalização nos últimos seis meses, sendo que os consumidores do Sudeste Asiático e do Oriente Médio lideram essa tendência.

A pesquisa com 8.681 consumidores em 22 territórios revela relevantes hábitos que os trabalhadores em home office têm com relação ao tema: 62% afirmam comprar de empresas ecologicamente conscientes e que apoiam a proteção do meio ambiente; 61% compram produtos com embalagens ecológicas (ou menos embalagens); e 61% compram mais produtos biodegradáveis/ecológicos. Enquanto isso, para os mesmos aspectos mencionados, as pessoas que trabalham fora de casa apresentaram porcentagens de 50%, 55% e 50%, respectivamente.

Carlos Coutinho, o líder no Brasil do mesmo segmento, além de ressaltar esse aspecto voltado à preocupação com os temas ecológicos ressalta que por trás disso há também uma maior preocupação com o propósito das marcas, em como elas se comunicam com o consumidor e os tocam por meio de identificação de valores na relação consumidor x marca.

“A pesquisa revela que o consumidor brasileiro acompanha a tendência mundial em relação a questões ambientais, mas que existem outros aspectos importantes quando olhamos para os números locais, como a preferência por negócios de produtores locais, por exemplo. No Brasil, 44% dos consumidores preferem comprar de produtores da sua região, enquanto o percentual global é de 43%”, completa Coutinho.

Compradores de Indonésia (86%), Vietnã, Filipinas (74%) e Egito (68%) lideram essa mudança de comportamento em relação ao meio ambiente. Comprar localmente também se tornou um fator-chave para impulsionar a sustentabilidade, já que 52% dos consumidores globais dizem estar agindo de forma deliberada para apoiar mais negócios locais e varejistas independentes.

A pesquisa destaca também que nem todas as gerações mais jovens estão se tornando mais ecologicamente conscientes. A geração dos millennials (Y) é a que se volta mais fortemente para comportamentos ecológicos, enquanto que a Geração Z demonstra mais aspirações do que ações, sendo superada pela Geração X em termos de consciência ecológica.

“A evolução de comportamentos de consumo mais digitais e ecológicos mostra como a pandemia está mudando a equação para as indústrias de consumo. Com os jovens mais otimistas quanto ao futuro, veremos a influência desses novos comportamentos e hábitos no nosso retorno ao trabalho”, diz Sabine Durand-Hayes, líder global de Mercados de Consumo da PwC.

Consumidores digitais exigem processos mais confiáveis e eficientes

Dos entrevistados, mais da metade (51%) dos consumidores se identificaram como “digitais”, traço que reflete o crescimento das compras on-line. A pesquisa constatou que o celular e os smartphones são a plataforma preferida (39%) para compras on-line e mostrou também um aumento no percentual de consumidores que compram on-line diariamente. Esse aumento é substancial em mercados como Tailândia, Indonésia e Emirados Árabes Unidos, que obtiveram + 10 pontos percentuais desde março de 2021.

Os consumidores consideram a entrega rápida e confiável (41%) e a disponibilidade (35%) como os fatores mais importantes nas compras on-line. Uma boa política de devolução (31%) vem em terceiro lugar na lista.

“Saber distinguir e entender quais são os momentos de geração de valor durante a experiência digital dos consumidores e utilizar esse conhecimento para criar vantagem competitiva para sua empresa, de forma ágil e simples, serão os principais diferenciais para aqueles que querem manter uma relação duradoura com seus clientes nessa nova jornada de compra”, enfatiza Coutinho.

Consumidores estão mais dispostos a voltar a viajar e ir a ventos de massa

Os consumidores globais estão mostrando sinais positivos de que querem voltar a viajar e comparecer a eventos esportivos ou de massa, mas as preocupações ainda persistem. Ao todo, 32% indicaram que estariam dispostos a ir a eventos esportivos ou de massa — 5 pontos percentuais acima dos 27% registrados em março de 2021.

Da mesma forma, os consumidores estão mais dispostos a viajar em voos internacionais: o percentual subiu de 26%, em março de 2021, para 30% em junho. Em relação a outros tipos de viagens, houve um aumento acentuado no percentual de consumidores que indicam a probabilidade de se hospedar em um hotel nos próximos seis meses, passando de 36% em março para 43%. As pessoas também se sentem mais confortáveis em usar o transporte público — metade (50%) afirma que o fará nos próximos seis meses.

“As viagens e eventos de massa praticamente pararam com a pandemia. É encorajador que, com o avanço dos programas de vacinação no mundo, os consumidores globais estejam dando passos tímidos de volta à normalidade”, afirma Sabine. “Para as indústrias envolvidas, a melhora no sentimento do consumidor pode indicar uma luz no fim de um túnel longo e escuro. Mas a base de comparação ainda é baixa e há preocupações evidentes em uma grande parcela da população.”