Conin, da ACSP, projeta ambiente de inovação para startups

 Conin, da ACSP, projeta ambiente de inovação para startups

Considerada um dos ecossistemas de inovação mais promissores do mundo, a cidade de São Paulo concentra quase três mil startups, que representam 20% deste cenário brasileiro, de acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups).

A vocação da capital se estende também a outras cidades do Estado, como Campinas, Sorocaba e São José dos Campos, que já se estruturam de forma relevante nesse universo. Dentre os 11 unicórnios brasileiros, oito são nativos do Estado. Movile, GymPass e Nubank são exemplos.

Neste sentido, iniciativas públicas e privadas têm contribuído para a qualificação e engajamento desses empreendedores. Dados da Abstartups indicam que apenas na capital, existem mais de 400 espaços de inovação. O mais recente – Hub Green Sampa – foi inaugurado no último sábado (5/6) pela prefeitura de São Paulo.

Diferente dos coworkings, que têm como público-alvo empresas de todo os portes e profissionais liberais de qualquer categoria, os hubs de inovação são de uso exclusivo para startups.

Embora tenha algumas similaridades com o coworking, como, por exemplo, funcionar como um espaço colaborativo, onde iniciativas de segmentos diversos podem criar uma rede de negócios que favoreçam a todos os residentes, esses hubs de inovação se restringem a ideias novas. Por isso, é propício para startups.

Chamado de vitrine de negócios e casa do empreendedor, esses hubs de inovação possibilitam que projetos inovadores chamem atenção dos investidores. Ou seja, possibilitam algum tipo de conexão do residente a outras empresas maiores ou centros de pesquisa interessados em investir.

O assunto foi discutido pelo Conselho de Inovação (Conin), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na manhã da última terça-feira (8/6).

Tendo como pano de fundo ações e todo o processo de modernização pela qual a ACSP tem passado, o arquiteto e urbanista Valter Caldana foi convidado para apresentar o Páteo 76, o projeto do novo hub de inovação da associação, desenvolvido pelo Conin.

A futura instalação na cobertura do edifício Vista Alegre, no número 76 da rua Boa Vista, no Centro de São Paulo, terá capacidade para receber 50 pessoas ao mesmo tempo, e diferentes formatos para reuniões num ambiente em que todos conseguem se ver, além de uma sala de reunião privativa, que poderá se transformar num estúdio de gravação.

Na área central, uma cafeteria com diversas mesas permitirá diferentes formatações de ambientes. Além disso, banheiros, copa, recepção, lockers e um painel de LED de três metros de altura para pequenas apresentações, projeções e cursos.

Em geral, o espaço possibilitará quatro configurações: ilhas de trabalho, layout de eventos, layout de mini auditório e outro com mesas maiores para grandes equipes – tudo num espaço autoconfigurável, com mobiliário solto e leve, que pode ser facilmente movimentado e organizado, explica Caldana.

Na opinião do arquiteto, o novo espaço pode ser considerado uma espécie de praça suspensa como ponto de apoio e infraestrutura contemporânea em um prédio simbólico com características importantes. Além de sua importância mercadológica, Caldana destaca também o aspecto social e cultural do projeto.

“Assim como a cidade, um hub é um facilitador de encontros. A cidade existe para as pessoas se encontrarem, mas o centro se tornou um espaço de passagem. Novos equipamentos são capazes de resgatar essa vocação”, diz.

Nas palavras de Alessandra Andrade, coordenadora do Conin e vice-presidente da ACSP, esse espaço materializa o novo momento da ACSP, pois a tradição da entidade sustenta toda a proposta inovadora do Conselho.

GREEN SAMPA

Aline Cardoso, secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, diz que os trabalhos do Conin têm sinergia com muitos planos de ação do governo. Na mesma linha de atuação, o Hub Green Sampa é um centro de inovação verde, primeiro espaço dedicado a essa temática na capital a fim de incentivar o desenvolvimento de startups que atuam no setor de tecnologias sustentáveis.

De acordo com Aline, a partir de agora as startups verdes da cidade contam com um espaço para residência, mentorias e acelerações. O intuito é contribuir para uma cidade mais verde, limpa, renovável e sustentável.

Localizado na Praça Victor Civita, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, o hub conta com três pavimentos. O investimento de R$ 1,7 milhão deu origem a uma grande reforma de adequação do prédio, que durou 17 meses, e subsidiou a compra de equipamentos.

Instalado no histórico prédio do Incinerador, onde antigamente era realizada queima de lixo na Capital, o prédio já foi sede do Museu da Sustentabilidade, e agora está pronto para ser reutilizado como um grande centro de inovação para o desenvolvimento de negócios ambientais e tecnologias verdes.

Segundo Aline, no térreo há 25 posições de trabalho, uma área de eventos para 50 pessoas, além de comedoria e espaço de interação. O primeiro andar oferece 50 estações de trabalho, sala de reuniões para 16 pessoas, uma varanda para realização de eventos com vista para a Praça, um estúdio para produção de materiais de áudio e três phone booths.

Há ainda áreas reservadas dentro do escritório, com o objetivo de criar um ambiente privativo. No segundo andar os empreendedores terão 40 posições de trabalho, três phone booths, uma sala de reuniões com capacidade para oito pessoas e a segunda varanda para a realização de eventos.

O complexo conta também com um Teia, coworking gratuito da prefeitura de São Paulo que apoiará empreendedores com posições fixas e livres de trabalho, computadores com internet, wi-fi, networking com empresas de grande porte e participação em eventos, além de conteúdos de apoio ao empreendedorismo.

Para utilizá-lo, é preciso agendamento pelo site. O local promoverá também ações para a incubação e a aceleração de 20 negócios sustentáveis e tecnologias verdes levando em conta especialmente a inovação e modelos colaborativos.

Inicialmente, 20 residentes fixos utilizarão toda a infraestrutura do local de forma gratuita por um ano – startups que produzem tecnologias verdes aplicáveis às demandas das grandes empresas e concessionárias que fornecem serviços para São Paulo e que participaram de uma seleção para o programa.

Entre os escolhidos estão negócios que trabalham resíduos sólidos, água e saneamento; ecoagricultura e segurança alimentar; eficiência e clean web; eficiência energética, energias limpas e armazenamento energético; indústria limpa e logística reversa; mobilidade urbana e transportes; parques e áreas verdes e qualidade do ar.