Como o varejo alimentar pode reduzir os desperdícios?

 Como o varejo alimentar pode reduzir os desperdícios?

O desperdício de alimentos ainda é uma pedra no sapato não só do varejo alimentar, como também da população, dentro de suas casas, principalmente durante esse período de pandemia. A constatação é do sócio-diretor da EAS Soluções em Prevenção de Perdas e Logística, Eduardo de Araujo Santos, que durante a live da SuperVarejo desta terça-feira (dia 19) detalhou os desafios que todos os agentes dessa cadeia ainda têm pela frente.

“A gestão do estoque, a prevenção das perdas e o desperdício de alimentos são preocupações presentes no varejo alimentar não só no Brasil como também na Europa e Estados Unidos”, defende o executivo, apontando para cada uma delas algumas análises que precisam fazer parte do radar de toda a cadeia, principalmente dos supermercados. São elas:

– Gestão de estoque: para obter bons resultados Santos acredita que o primeiro passo é melhorar o registro de controle dos estoques. “A precisão da gestão de estoque é um desafio, ainda mais agora com a pandemia, que fez o futuro chegar antes. Chega uma hora em que é preciso executar operações físicas, movimentando ou despachando, por exemplo, um produto, e isso vai além da tecnologia. Então, é preciso encarar o desafio de saber alinhar os processos físicos aos tecnológicos, garantindo uma boa acurácia do cadastro e dos parâmetros logísticos”, avalia, ponderando que é preciso também haver no varejo uma atualização dinâmica nesses processos para garantir os níveis dos serviços e a qualidade no atendimento ao cliente final.

– Prevenção de perdas: nestes casos é preciso haver uma visão mais integrada e próxima entre todos os envolvidos na cadeia para que se evite as rupturas. “O momento atual que vivemos exige uma postura mais colaborativa de prevenção de perda. Essa postura em conjunto pode ajudar as empresas a encontrar soluções para aumentar a disponibilidade e a maneira mais adequada para enfrentar os sistemas de rupturas que aconteceram em 2020”, orienta o executivo.

– Desperdício: na visão dele, o varejo alimentar ainda possui muitas limitações nesse aspecto. “A área de prevenção dedica parte do tempo da perda não identificada (como por exemplo roubos, desvios etc) e em perecíveis, como o FLV (Frutas, Legumes e Verduras) e açougue, por isso o trabalho de prevenção acaba sofrendo limitações. Para resolver o impasse, essa área precisa se aproximar mais da área comercial e das operações para garantir parâmetros logísticos, e que os produtos cheguem nas gôndolas”, defende Santos, acrescentando que cada empresa precisa desenvolver também a sua maneira mais real possível de calcular os índices de perdas atuais. “Afinal, estes números e margens divulgadas não refletem mais a situação do mercado porque as perdas reais são muito maiores do que os dados costumam apontar”, recomenda.