Como o iFood transformou o delivery em 2020

 Como o iFood transformou o delivery em 2020

Maior foodtech da América Latina e responsável pela entrega de 40 milhões de pedidos por mês, a cada dia o iFood aumenta sua capacidade de, a partir de dados, gerar eficiência no mercado.

Entre as empresas que mais se destacaram em 2020, o iFood impulsionou não apenas a entrada e entrega de milhares de restaurantes e bares no delivery, mas, com o avanço da pandemia, também ampliou a operação de outra categoria que era muito resistente a esse tipo de serviço, a de supermercados.

São mais de três mil colaboradores no Brasil e ao redor do mundo, e mais de 200 mil restaurantes cadastrados, espalhados por mais de mil cidades brasileiras. O iFood tem crescido 100% ao ano, nos últimos 8 anos.

O que está por trás deste crescimento, de acordo com Diego Barreto, vice-presidente de estratégia do iFood, é a capacidade em tempo real de compreensão de comportamentos e cenários, o ajuste constante dos produtos e a correta alocação de capital.

Ter velocidade nas decisões, trabalhar com ciclos curtos e digitalização dos processos foi justamente o que, segundo o executivo, garantiu a popularização do aplicativo em meio à pandemia.

“Todo o crescimento do iFood vem de dados e tecnologia. Se você não tem essas duas práticas, se torna uma empresa lenta, que demora muito para fazer análises e que espera o tempo passar. Nosso nível de digitalização nos dá condições de tomar decisões de forma rápida”, disse o executivo durante o Retail Conference, promovido em 11/11, pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic).

Forçados a ficar em casa, Barreto diz que os brasileiros passaram por um curso intensivo de digitalização – muitos que nunca haviam consumido nenhum produto dessa forma, passaram a utilizar a ferramenta diariamente. Ou seja, a pandemia forçou a entrada de novos usuários, acelerou a chegada de alguns e fortaleceu a presença de outros.

Neste ano, no mercado como um todo, a demanda dos consumidores por serviços de entrega cresceu cerca de 250% no período de pandemia, segundo dados da consultoria Food Consulting.

Sem opção, a empresa teve de agir rápido. De imediato, consultaram um infectologista para entender melhor os efeitos da pandemia e adaptar seus negócios de acordo com as recomendações de órgãos de saúde. Criaram um plano estratégico para que a companhia seguisse ativa cumprindo todos os protocolos de segurança. Em seguida, começaram a repensar toda a operação e passaram a permitir entregas sem contato.

Focaram também em tornar tudo ainda mais digital para atender a demanda do novo fluxo de restaurantes se cadastrando no aplicativo e para torná-los ativos no sistema em até 48 horas.

O passo a passo para o registro de cardápio e de fotos também foi digitalizado e orientado de forma simples, dispensando qualquer tipo de instrução humana. Pensando na gestão de quem estreava no canal, a empresa também lançou uma série de cursos sobre como operar um negócio de alimentação.

Com base em cases de sucesso, foram abordados temas sobre como vender matéria-prima parada, como gerenciar estoque e como adaptar operações típicas de salão, como o sistema de rodízio, por exemplo.

A evolução da modalidade também levou o iFood a antecipar estudos sobre o futuro do deliver. Além de testes com drones, o aplicativo lançou uma solução para digitalizar operações offline, como eventos e restaurantes que estão agora reabrindo.

Chamado de Na Mesa, a novidade permite aos usuários consultar cardápios, fazer pedidos, acompanhar a preparação e pagar pelo próprio aplicativo. Assim, o contato físico é minimizado. A solução já atende eventos no Allianz Parque, em São Paulo.

Também lançado no ano passado e ganhando cada vez mais espaço, a iFood Box permite que as entregas em empreendimentos de grande fluxo sejam depositadas em armários com isolamento térmico e posteriormente retiradas pelo usuário via QR Code.

Outro grande avanço da pandemia, o serviço de delivery de supermercados — que estreou na plataforma em 2019 como iFood Mercado — já está disponível em mais de cem cidades atendidas pelo aplicativo. Sem opção, a categoria entrou de vez para o universo dos aplicativos.

Essa mudança, na opinião de Barreto, deve trazer alterações permanentes, como a redução significativa no número de famílias adeptas à compra do mês. Com a presença no aplicativo, fica muito mais fácil ter os produtos necessários em poucos minutos sem ter que sair de casa.

Segundo uma pesquisa realizada pela ACI Worldwide, as compras on-line de itens domésticos aumentaram em 190% no mês de maio de 2020, em comparação ao mesmo período no ano anterior.

Se movimentando ainda mais para aproveitar a guinada do setor que disparou nos últimos meses, o iFood anunciou há pouco mais de um mês a compra do SiteMercado, uma startup que faz intermediação de vendas on-line de mercados e mercearias.

Parceira do iFood, a startup foi fundamental para ajudar o aplicativo a escalar rapidamente o iFood Mercado – por meio dele, pequenos negócios podem ter seus próprios canais de comércio eletrônico num setor que até este ano operava quase totalmente de forma presencial. Os números do iFood Mercado mostram que em agosto, as vendas cresceram 240% em relação a março, quando as medidas de isolamento social entraram em vigor.

Outra novidade mais recente, que chama ainda mais atenção para o serviço de delivery foi o lançamento de um vale-refeição próprio da plataforma, que serve também como um vale-alimentação.

Concorrendo com nomes consolidados num mercado liderado por empresas como Alelo, Ticket, VR e Sodexo, a plataforma passa a ampliar sua participação no ramo B2B (business-to-business) ao oferecer a solução dos vale-benefício para as empresas.

A questão principal dessa lógica é a fidelização do cliente – ao centralizar a plataforma de pagamento do benefício, o usuário fica aberto a diversas opções de consumo, mas todas dentro da plataforma da empresa.

Com isso, plataforma de delivery faz a intermediação de todo o processo de compra entre o cliente final e os estabelecimentos comerciais — desde o pagamento até a entrega, passa a ter três tipos de clientes: os que usam o aplicativo para pedir comida, os restaurantes e mercados, e as empresas que contratam os cartões-benefício para seus funcionários.