Cai o índice de ruptura depois de um ano em alta

 Cai o índice de ruptura depois de um ano em alta

Desde que a pandemia começou, em meados de março de 2020, o setor supermercadista vinha passando por crescentes rupturas, até que em março deste ano, o índice que mede a falta de produtos nas prateleiras finalmente caiu, fechando o mês com uma queda de 10,68%, ou seja, dois percentuais em relação a janeiro, quando a alta era de 12,49%, conforme aponta o estudo da Neogrid, empresa especializada na sincronização da cadeia de suprimentos. Entre as razões para esta queda estão o reforço dos estoques promovido pelo varejo e a normalização do abastecimento de vidro e alumínio para a fabricação de embalagens.

Para Robson Munhoz, CCSO da Neogrid, essa queda mais acentuada, ocorrida no mês de março, se deve a um melhor abastecimento dos estoques por parte do varejo, que se preparou para as políticas de isolamento social e de fechamento das lojas anunciadas em várias cidades do País, da mesma forma com que foi feito no início da pandemia, em 2020. “O varejo se preparou pois sabia que as pessoas iriam garantir a alimentação em casa, uma vez que os restaurantes, bares e lanchonetes estariam fechados ou com restrições para entrega por delivery”, afirma.

Outra razão que também puxa esse índice para baixo é a melhora na cadeia de abastecimento de embalagens. Desde o ano passado, o vidro e o alumínio se tornaram matérias-primas escassas no mercado, impactando em especial o setor de bebidas. A cerveja bateu recorde de ruptura em novembro do ano passado, chegando a 19,90% e em março ela fechou com 12,77%. “A produção de embalagens começou a se normalizar e com isso, o varejo começou a receber seus pedidos, inclusive aqueles em atraso, e isso gerou essa sensível melhora no nivelamento dos estoques, colaborando para a redução da ruptura”, explica o executivo.

Em uma sequência de alta, desde setembro de 2020, a ruptura teve sua primeira queda em fevereiro de 2021, quando atingiu 11,45%, se assemelhando aos números que o índice possuía antes da pandemia.