BRF encerra 2020 com lucro líquido de R$ 1,39 bi

 BRF encerra 2020 com lucro líquido de R$ 1,39 bi

REUTERS/Rodolfo Buhrer

Apesar do ano difícil, a BRF encerrou 2020 com uma geração consistente em caixa, reportando resultados positivos pelo sétimo trimestre consecutivo e concluindo com êxito sua reestruturação anunciada em junho de 2018. De acordo com os resultados, a companhia evoluiu de um prejuízo societário de R$ 4,47 bilhões para um lucro líquido de R$ 1,39 bilhão, no ano passado.

Além disso, a receita líquida total apurada registrou R$ 39,47 bilhões em 2020, representando um aumento 18% maior no comparativo com 2019 e 30,7% superior em relação a 2018. Já o EBITDA ajustado foi de R$ 5,2 bilhões, alcançando uma margem de 13,1% e evolução de 110,7% quando comparado ao início da reestruturação.

Segundo a BRF, esses resultados se devem ao reflexo direto da solidez da governança corporativa, à gestão operacional e comercial eficiente, à disciplina financeira, ao fortalecimento da cultura da companhia e à expansão da capacidade de inovação. A empresa também evoluiu na gestão da sua dívida, saindo de uma alavancagem líquida de 5,12x em 2018, com dólar a R$ 3,80, para um índice de 2,73x com a moeda americana a R$ 5,20. O prazo médio da dívida passou de três anos em 2018 para 9,9 anos em 2020. A receita em inovação no Brasil mais do que dobrou, saltando de 2,7% em 2018 para 5,6% em 2020.

“Consolidamos os fundamentos para um crescimento sustentável e estamos muito orgulhosos dos resultados apresentados ao término deste primeiro ciclo de transformação, pois eles reforçam a nossa disciplina e excelência para executar a estratégia, nossa capacidade de inovar e, principalmente, a força do nosso time e da nossa cultura”, destaca Lorival Luz, CEO Global da BRF. Entre 2018 e 2020, os indicadores de gestão de pessoas também evoluíram significativamente, com a rotatividade da liderança saindo de 28% para 8%.

O impacto positivo foi colhido no engajamento interno, que atingiu o maior nível da história da companhia, com 86%, sendo referência em qualidade, clareza, diversidade, liderança, carreira e desenvolvimento, na comparação com as empresas do Mercado Global de Alto Desempenho, segundo a metodologia da Willis Towers Watson.

Resultados no Brasil

No país, a receita líquida atingiu um número recorde de R$ 20,985 bilhões, representando um crescimento de 20% na comparação com 2019. E apesar do cenário desafiador, o EBITDA ajustado foi de R$ 3,085 bilhões, repercutindo em um aumento de 2,4% em relação a 2019, e margem ajustada de 14,7%, com queda de 2,5 pontos percentuais em 2020.

A inovação também guiou a diversificação do portfólio, com ênfase nos alimentos de valor agregado. Foram 139 lançamentos no Brasil, incluindo a entrada da BRF no segmento de alimentos à base de proteína vegetal, com a linha Sadia Veg&Tal.

A transformação digital da companhia orientou inclusive o lançamento da plataforma online Mercato em Casa e novas parcerias, com os principais aplicativos de e-commerce do País. Já com as novas lojas físicas Mercato Sadia e o projeto Store In Store, a BRF está ampliando as interações com os consumidores, em um processo de escuta permanente sobre os novos comportamentos das pessoas.

Basicamente a Sadia encerrou o ano como a marca mais valiosa do segmento de alimentos do Brasil, avaliada em US$ 1,8 bilhão, segundo a Exame/Brand Finance.

No segmento internacional, a BRF reforçou sua expansão geográfica e fechou o ano com 44 novas habilitações. A companhia apresentou receita líquida de R$ 17,24 bilhões, com aumento de 15,7% em relação a 2019. Já o EBITDA ajustado de R$ 2,10 bilhões caiu 9,3% no ano e a margem ficou em 12,2% (-3,4 p.p.). A boa execução comercial se somou à inovação, com o lançamento de 149 produtos. Vale destacar também o fortalecimento da marca Banvit na Turquia, cuja preferência entre os consumidores saltou de 39% (2019) para 54% (2020), de acordo com o Instituto Ipsos, atingindo market share no país de 22,6%.

“Nossos resultados positivos e consistentes, em um ano tão atípico e desafiador, mostram que estamos prontos para o novo ciclo de crescimento que se inicia. Queremos tornar a BRF uma empresa cada vez mais global, protagonista na transformação dos mercados onde atua e cada vez mais presente na mesa dos nossos consumidores, atuando com um portifólio de marcas fortes que entregam sabor, praticidade e qualidade por meio de muita inovação e de forma sustentável”, conclui o executivo, a respeito da estratégia Visão 2030, apresentada ao mercado em dezembro do ano passado, que prevê triplicar o valor da companhia em 10 anos, com receita anual superior a R$ 100 bilhões.