Assaí pretende inaugurar 123 lojas nos próximos anos

A partir do mês de março, a rede de atacarejo Assaí começará sua nova fase, com um plano de oferta pública inicial de ações (IPO) e o projeto de abertura de 123 lojas, que deve demandar o investimento recorde de quase R$ 7 bilhões, em cinco anos.

Atualmente a empresa está em fase de conversas com o mercado para esclarecer sua cisão do GPA e pré-listagem na bolsa.

Nesse ínterim os analistas têm avaliado a rede pelo valor aproximado de R$ 20 bilhões e de acordo com o CEO da rede, Belmiro Gomes, serão inaugurados 78 pontos (média de 26 ao ano).

Para este ano, a ideia é de que sejam abertas 28 lojas. A empresa tem hoje cerca de 180 pontos. E uma pequena parte dessas novas lojas será fruto das conversões dos hipermercados Extra, como ocorreu nos últimos três anos, já que com os negócios de GPA e Assaí separados não será possível mais transferir os pontos.

Por loja, os investimentos devem alcançar cerca de R$ 55 milhões (na média dos últimos anos), mais R$ 1 milhão ao ano de manutenção, com um período de retorno de 6 a 7 anos, disse a equipe do Assaí aos analistas. Por isso, calcula-se que o desembolso fique na faixa de R$ 6,8 bilhões, de 2021 a 2026, um plano “ousado” na avaliação do relatório da equipe do Goldman Sachs.

É bem provável que parte desses recursos venham de um possível IPO da rede, após a listagem, apesar de a empresa já ter geração de caixa próprio, em condições de preço a serem divulgadas.

Para efeito de comparação, entre 2016 e 2020 foram 93 aberturas, uma média de 18 ao ano, sendo parte as conversões de hipermercados Extra, mais baratas que as inaugurações. Os analistas estimam que nesse período os investimentos devam ter variado entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões, abaixo dos R$ 7 bilhões projetados pelas equipes de análise.

A rede informou também que espera que o negócio se estabilize na faixa de 16% a 17%, um patamar próximo ao atual. No terceiro trimestre de 2020, ele foi de 16,6%.

O plano de crescimento inclui aumentar seletivamente a oferta de itens não alimentares, como telefones celulares e serviços financeiros, por meio do cartão Passaí – são cerca de 1,1 milhão de cartões que representam 5% das vendas e um gasto médio 70% maior. O projeto ainda inclui adicionar serviços de forma pontual, em lojas maiores, como balcões de açougue (de margem alta e baixo custo).

Gomes e sua equipe lideraram o crescimento da empresa, que em 2010 dava prejuízo e vendia mais de R$ 1,5 bilhão. Em 2020, a projeção dos analistas é de que a rede tenha faturado R$ 40 bilhões (mais de 50% da venda do GPA, considerando o cenário atual de Assaí como controlada) e lucre mais de R$ 1 bilhão. O Assaí deve concluir o processo de cisão do GPA até março.

Enquanto em 2020 foram conquistadas 16 novas lojas e três conversões de hipermercados Extra, do GPA, para Assaí. Entre 2024 e 2026 estão previstas 45 inaugurações, que devem totalizar as 123 unidades novas previstas.