Acelen eleva diesel em até 11,5% e gasolina em até 15,7% por alta do petróleo

 Acelen eleva diesel em até 11,5% e gasolina em até 15,7% por alta do petróleo

Aumento ocorre após o corte de produção de 2 milhões de barris de petróleo anunciado pela Opep+

A Acelen, empresa do fundo de investimentos árabe Mubadala, que controla a Refinaria de Mataripe, privatizada no final do ano passado, elevou o preço do diesel entre 10,7% e 11,5% na última sexta-feira, enquanto a gasolina foi reajustada entre 9,3% e 15,7%, dependendo do mercado.

Os aumentos seguem a alta do preço do petróleo na semana passada, após o corte de produção de 2 milhões de barris de petróleo anunciado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

Com a valorização da commodity, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) estimou uma defasagem média dos preços internos do diesel em 13% e da gasolina de 10% em relação ao fechamento de quinta-feira, 7, do mercado internacional.

Petrobras

Petrobras, agente dominante do mercado de refino, que reduziu rapidamente os preços da gasolina e do diesel quando o petróleo cedeu em setembro, fez o último reajuste desses combustíveis há 21 e 39 dias, respectivamente, e informou ao Broadcast (sistema de noticias em tempo real do Grupo Estado), na última quinta-feira, que ainda vê alta volatilidade na recente alta do petróleo.

“A companhia reafirma seu compromisso com a prática de preços em equilíbrio com o mercado, sem repassar a volatilidade conjuntural nem movimentos especulativos como os que estão sendo observados recentemente”, disse a Petrobras em nota.

A estatal ressaltou ainda, “que não existe uma referência única e percebida da mesma maneira por todos os agentes, sejam eles refinadores ou importadores”.

Bahia tem o combustível mais caro

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, voltou a criticar a privatização das refinarias da Petrobras, depois que a Acelen elevou o diesel e a gasolina na última sexta-feira, acompanhando o movimento altista do preço do petróleo no mercado internacional. “Temos mais uma demonstração incontestável do equívoco e da gravidade da política do governo Bolsonaro de privatização de refinarias da Petrobras. A mentira de que a venda de ativos da maior empresa do País aumentaria a competitividade e, consequentemente, levaria a reduções de preços de derivados, é, mais uma vez, denunciada pela realidade”, afirmou o sindicalista em nota.

Bacelar destacou ainda, que os preços elevados se devem à política de preço de paridade de importação (PPI), praticada também pela Petrobras, e que visa alinhar o preço interno com o preço internacional. “O País produz internamente, em reais, o petróleo que consome, mas com o PPI, o brasileiro paga preços dolarizados ao adquirir combustíveis”, criticou.

Pressão do governo

Segundo fontes, a estatal está sendo pressionada pelo governo federal a não fazer aumentos nos combustíveis até o final do segundo turno das eleições presidenciais, no próximo dia 30, favorecendo assim a candidatura do atual presidente da República, Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição.

Com informações de Estadão Conteúdo: (Denise Luna)

Imagem: Shutterstock