Boa Vista registra alta de 1% no número de inadimplentes em agosto

 Boa Vista registra alta de 1% no número de inadimplentes em agosto

No acumulado do ano, o crescimento de inadimplentes no banco de dados do birô de crédito é de 14,5%

O número de inadimplentes no banco de dados da Boa Vista cresceu 1% entre os meses de julho e agosto, na análise dessazonalizada. Foi a segunda alta mensal seguida, após uma queda pontual em junho.

Na comparação com agosto de 2021, a alta foi de 28,2%. No ano, o crescimento do indicador passou de 12,8% (até julho) para 14,5%, enquanto em 12 meses ele chegou a 12,3%, ante 9,5% até o mês de julho.

Segundo a Boa Vista, a variação no mês de agosto reforça a ideia de que a queda observada no mês de junho foi pontual e a tendência é de que o indicador continue subindo, mesmo que num ritmo mais lento em comparação às fortes variações observadas no primeiro semestre.

“A melhora nos números do mercado de trabalho, não só a queda na taxa de desemprego, mas o aumento da renda também, contribui para que essa tendência de alta daqui em diante seja mais suave. O indicador tem apresentado variações mais tímidas nos últimos três meses” diz Flávio Calife, economista da Boa Vista.

“Mas a tendência continua sendo de alta e isso deve refletir num aumento da taxa de inadimplência das famílias, que ainda encontram dificuldades em manter as contas em dia diante de um cenário de inflação e juros altos”, completa o economista.

RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO

O Indicador de Recuperação de Crédito também avançou 1% na comparação mensal e 16,2% na comparação interanual, o que acelerou o ritmo de crescimento no ano de 9,4%, até julho, para 10,2%, em agosto.

Na variação acumulada em 12 meses o crescimento também aumentou, passando de 6,4% para 7,3% entre os meses de julho e agosto.

“Essa foi a terceira alta consecutiva no indicador de recuperação, que continua crescendo na análise de longo prazo. Isso passa pelo crescimento que tem sido observado no número de registros de inadimplentes, dado que as famílias buscam resolver suas pendências, muito por meio de renegociações, para diminuírem as restrições de crédito num momento ainda delicado, embora ele pareça, pelo menos, ser melhor do que se esperava no começo do ano. Claro que parte disso se deve também à queda na taxa de desemprego, que tem sido contínua desde o final do primeiro trimestre”, diz Calife.

IMAGEM: Freepik