Startups japonesas buscam parceiros de negócios no Brasil

 Startups japonesas buscam parceiros de negócios no Brasil

Selecionadas pela Jetro São Paulo por meio do programa ScaleUp in Brasil, empresas são das áreas de energia, tecnologia limpa, agro, finanças e saúde

Os investimentos no mercado startups no Japão vêm em uma linha crescente nos últimos anos. Lá, onde há mais de 10 mil startups, foram investidos US$ 25,38 bilhões em 2019, segundo a Venture Enterprise Center, do Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão.

Agora, as startups japonesas, que já vinham em um movimento tímido para desbravar o mercado brasileiro, chegam ao Brasil selecionadas pela Japan External Trade Organization (Jetro) em busca de parceiros de negócios no Brasil por meio do ScaleUp in Brazil (SUIB). 

Com a seleção de 15 companhias, a Jetro espera que as startups japonesas possam voltar os seus olhos ao Brasil, especialmente porque, por questões logísticas e culturais, as atenções muitas vezes estão restritas ao Sudeste Asiático.

“O Japão e o Brasil são grandes parceiros comerciais, mas as relações nessa área de inovação são tímidas. Nosso papel é diminuir essa lacuna, pois sentimos que há um grande potencial para o incremento de novos negócios”, diz Hiroshi Hara, diretor-presidente da Jetro no Brasil. 

Boa parte das startups selecionadas para a primeira fase do programa, que ocorre entre 26 de julho e 9 de setembro, são das áreas de energia, tecnologia limpa, agritech, fintech e healtech –  setores que Hara já havia sinalizado como sendo de grande interesse dos japoneses.

“O ScaleUp in Brazil será importante para que as companhias dos dois países possam fomentar parcerias, já que o mercado brasileiro de startups é maduro e tem muita inovação.” 

Confira as 15 selecionadas pelo programa: AC Biode / Ac-Planta Inc / ad-dice Co., Ltd. / Agri Info Design Ltd. / Axelspace / Bluebee Inc. / Credit Engine, Inc. / dreamstock inc./ FutuRocket / Melody International Ltd. / OUI Inc. / PJP Eye Ltd. / Sagri Co., Ltd. / STANDAGE Inc./ sustainacraft, Inc. 

DE OLHO NAS OPORTUNIDADES

O programa ScaleUp in Brazil, criado em 2019 como uma plataforma de softlanding (ou ‘transição suave’, no jargão das startups), é fruto de uma parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) e a Israel Trade and Investment. 

Este ano, é a primeira vez que o Japão participa do programa, a exemplo de Singapura. Nas edições anteriores, apenas companhias de Israel foram convidadas. Ao todo, 107 startups fizeram a inscrição nessa edição do programa e 35 (15 japonesas, 15 israelenses e 5 singapurenses) foram selecionadas de acordo com quatro critérios: equipe, grau de inovação, marketing fit e maturidade. Três delas receberam a nota mais alta durante o processo de avaliação: Corsight AI (Israel), Graymatics (Singapura) e Sagri Co., Ltd (Japão).

A Sagri Co., Ltd é uma agritech que recolhe dados sobre os índices de química do solo, e propõe a alocação ideal de fertilizantes aos agricultores, reduzindo os gases de efeito estufa derivados de fertilizantes químicos. Satoshi Nagata, head de negócios internacional da Sagri, afirma que há boas perspectivas de entrar no Brasil com o apoio da equipe SUIB.

“No programa, gostaríamos de ter uma compreensão clara e correta do mercado brasileiro e então encontrar um parceiro ideal para entrarmos no país”, destaca.

SEGUNDA FASE A PARTIR DE OUTUBRO

Nessa primeira fase do ScaleUp in Brazil, as startups japonesas terão acesso a materiais de informação sobre o mercado brasileiro e relatórios customizados do setor em que opera.

As empresas selecionadas também participarão de webinars com tópicos como “Fazendo Negócios no Brasil”, “Navegando pelo Ambientes Jurídico e Fiscal do Brasil” e “O Ecossistema de Inovação Brasileiro”. Também farão reuniões com pitchs on-line com investidores locais. 

Do total de 35 selecionadas pela Apex-Brasil e ABVCAP na primeira etapa, uma nova seleção reduzirá para apenas 20. Já das 15 startups japonesas, cinco vão para a próxima fase em outubro, na imersão no mercado brasileiro com as cinco de Singapura e dez de Israel.

“O Japão quer ajudar, investir e o ecossistema de startups no Brasil é muito mais avançado do que no Japão. Além de fazer negócios, estamos para aprender também”, destaca Hara. 

O número de 107 empresas inscritas no SUIB 2022 é recorde, justificável pela introdução de japoneses e singapurenses no programa. Na primeira edição foram contabilizadas 49 empresas israelenses, sendo que 20 ingressaram na primeira etapa a cinco foram para a final.

Na segunda foram 62, com 16 participantes na etapa inaugural e 10 aceleradas na fase final. No total, já foram 12 contratos assinados e cerca de US$ 10 milhões em investimentos. 

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IMAGEM: Divulgação