Nove em cada dez brasileiros fazem compras ou pagamentos online

 Nove em cada dez brasileiros fazem compras ou pagamentos online

Pesquisa aponta crescimento da popularidade do Pix; cartão, porém, ainda é meio mais usado

Nove em cada dez brasileiros já têm o hábito de fazer compras ou pagamentos online, mostra pesquisa feita pela StartSe em parceria com o instituto Pesquisa na Hora. O estudo reúne tendências de pagamento do consumidor nos últimos seis meses.

Os dados mostram que cerca de 57% dos consumidores têm o hábito de fazer compras ou pagamentos online com frequência. O número cresce para 86,3% quando se soma aqueles que usam meios digitais “às vezes”.

O objetivo foi entender a frequência, confiança e interesse no uso de transações digitais. Uma das tendências constatadas é a de que homens utilizam meios digitais (89,6%) mais do que as mulheres (82%). Além disso, lideram as compras online pessoas na faixa de 25 a 34 anos (90,9%). Entre as regiões do País, há mais respondentes comprando online na região Norte (94,1%).

“Sem dúvida esses números mostram a adesão dos brasileiros e uma clara tendência de massificação”, diz Erich Rodrigues, sócio-fundador do instituto Pesquisa na Hora. “Pensando nos números de conectividade no Brasil, podemos supor que quem não faz pagamentos ou compras online é por ausência de conectividade.”

O CMO da Startse, Piero Franceschi, destaca que antecipar os hábitos de compra do brasileiro é importante especialmente para o governo poder legislar e desenvolver infraestrutura para que a tecnologias floresçam. “A próxima revolução de pagamento já está acontecendo e, logo mais, não saber operar nesse ecossistema pode significar a extinção de um negócio.”

Pix versus cartão

A pesquisa sobre hábitos online mostra também que o Pix, lançado há pouco menos de dois anos pelo Banco Central, já é o segundo meio mais utilizado em compras ou pagamentos online (28,9% de quem faz transações “sempre”). O formato é mais popular nas regiões Norte (32,4%) e Nordeste (31,6%).

Ainda assim, o cartão lidera as operações digitais no País (62,1% de quem faz transações “sempre”). É o meio utilizado por mais da metade das pessoas em todas as regiões, com exceção do Nordeste (48,2%), e daqueles com renda a partir de três salários mínimos. Os destaques ficam para os consumidores do Centro-Oeste (64,7%) e com mais de cinco salários mínimos (63,6%).

O ambiente online é considerado seguro por 76,7% dos entrevistados. Apesar disso, a frequência de compra não tem influência sobre a sensação de segurança. Entre os que fazem transações “sempre”, 80,1% julgam o meio seguro, e 10% inseguro.

Entre os ambientes considerados mais seguros para transações, os aplicativos de celular lideram (75,3%). Em um recorte daqueles que julgam o meio digital inseguro, a preferência é por fazer transações via computador.

Operações fáceis

A maior parte das pessoas também considera operações digitais fáceis (90,5%). O grupo que tem mais dificuldade para operar nesse ecossistema são as pessoas entre 45 e 59 anos (9,3%). Quase a maioria aponta a facilidade como principal motivo para aderirem às compras online (44,2%). O segundo maior atrativo são os descontos (24,2%).

Carteiras digitais e pagamento por aproximação têm adeptos, mas ainda não são populares para a maioria da população. A carteira digital é uma realidade para 47,6% dos brasileiros e 40% já fizeram um pagamento via aproximação. Ambas as modalidades têm maior aderência entre as camadas com maior renda.

A pesquisa sobre hábitos online mostra também que as criptomoedas não são populares ainda no País. Oito em cada dez (83,8%) nunca usaram a tecnologia. A maioria dos usuários hoje é de homens (13,3%) e da região Sul (19%).

A pesquisa foi feita com 408 pessoas de todo o País, por telefone, entre 14 e 16 de setembro. Foram entrevistadas pessoas maiores de 16 anos que realizaram pelo menos uma compra ou pagamento nos últimos seis meses. Além disso, a maior parte foi de homens (54,4%), de 25 a 34 anos (32,4%), da região Sudeste (39%), que recebem de um a três salários mínimos (30,1%). A margem de erro é de 4,9 pontos percentuais e o grau de confiança é de 95,5%.

Imagem: Shutterstock