Franquias crescem 17,2% puxadas por recuperação do turismo e demanda por serviços

 Franquias crescem 17,2% puxadas por recuperação do turismo e demanda por serviços

Segundo dados da ABF, receita passou de R$ 43 bilhões para R$ 50 bilhões no primeiro trimestre deste ano

A recuperação mais prolongada da área de turismo, a demanda por serviços e o grande arrefecimento da pandemia levaram o mercado de franquias a registrar um crescimento de 17,2% em seu faturamento nominal no primeiro trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. A receita passou de R$ 43,380 bilhões para R$ 50,854 bilhões. Os dados são da Associação Brasileira de Franchising (ABF).

“Esse crescimento superior a 17% é a melhor performance já registrada em um primeiro trimestre do ano, marcando mais uma vez trajetória de recuperação do setor de franquias já pontuada nos estudos anteriores”, afirma o presidente da ABF, Tom Moreira Leite.

O presidente da ABF destaca, ainda, que os players do setor de franquias têm registrado avanços na digitalização dos negócios e em omnicanalidade e têm conseguido “fazer mais com menos”, mantendo ganhos de escala.

“Mas alguns desafios se mantêm, como um mercado mais competitivo e instável, com um consumidor mais exigente, a recuperação do tíquete médio, impactado pelos descontos para manutenção da demanda ao longo da pandemia, além dos reflexos das incertezas no campo macroeconômico, a inflação e juros em níveis elevados e a histórica dificuldade na obtenção de crédito.”

Todos os segmentos cresceram

Todos os 12 segmentos do setor cresceram no trimestre. O segmento que apresentou maior variação positiva foi Hotelaria e Turismo, com um faturamento 37,5% maior frente ao primeiro trimestre do ano passado. Após o período de pandemia, que limitou os deslocamentos físicos, o segmento apresentou um acentuado crescimento, apoiado principalmente no atendimento da demanda reprimida e no aumento do tíquete médio por transação.

Saúde, Beleza e Bem-estar, com alta de 27%, e Alimentação Food Service, cuja receita cresceu 21,2%, vêm em seguida. Esse bom desempenho está relacionado à continuidade da procura por serviços voltados à saúde, satisfação e ao cuidado pessoal, e a combinação de vendas no salão e via delivery no caso de foodservice. Constituem um denominador comum a estes segmentos o aumento expressivo do faturamento médio por unidade, a expansão do número de marcas e a abertura de novas operações.

Na sequência, também se destacaram Limpeza e Conservação, com faturamento 19,2% maior comparado ao primeiro trimestre de 2022, e Alimentação – Comercialização e Distribuição, cuja receita cresceu 18,6%.

Redes se mantêm em expansão

Além disso, a pesquisa da ABF mostra que as redes se mantiveram em expansão no período analisado. Os dados revelam que houve um aumento de 5% na abertura de unidades e o encerramento foi de 2,6%, resultando num saldo positivo de 2,4%, um pouco maior em relação ao primeiro trimestre do ano passado, que foi de 1,8%.

Já os repasses ficaram estáveis, com índice de 1,0% contra 0,8% no período anterior. A variação no primeiro trimestre de 2023 representou um acréscimo de 10.641 operações de franchising no País em relação ao mesmo período de 2022, totalizando 184.411 operações.

A pesquisa da ABF indicou também uma predominância das operações de franquias em ruas, com um pouco mais da metade delas neste formato. Segundo o levantamento, houve uma ligeira alta da participação desses pontos de venda (PDVs) no período analisado, passando de 51,7% para 52,0%. As operações em shopping centers vêm em segundo lugar, também com uma alta, de 20,0% para 22,2%.

Outros formatos apresentaram maiores variações quanto à localização das franquias: Supermercados/Galerias, que saltaram de 2,6% para 4,2%; Terminais de Transporte, de 0,9% para 2,0%; Strip Mall, de 0,4% para 1,7%, e Virtual, de 0,8% para 2,7% – estes dois últimos tipos de localização, aliás, foram analisados pelo segundo ano consecutivo.

Já as operações Home Based tiveram um decréscimo na participação em relação aos demais formatos, passando de 14,8% para 10,1%, como um possível reflexo do término do isolamento social. As unidades localizadas em pontos comerciais menos tradicionais, classificados como “Outros” (Prédios comerciais, Postos de combustível – Conveniência –, Condomínios residenciais, Store in Store, Hospitais e Clubes esportivos) também apresentaram uma redução na participação no período pesquisado, passando de 8,7% para 5,2%.

Imagem: Shutterstock