Fim do parcelamento sem juros pode reduzir o consumo

 Fim do parcelamento sem juros pode reduzir o consumo

FecomercioSP mobiliza o Poder Público para evitar a extinção da forma de pagamento, que é responsável por metade das operações realizadas via cartão de crédito.

O fim do parcelamento sem juros pode gerar impactos negativos à economia. (Arte: Tutu)

O parcelamento sem juros é uma das ferramentas mais utilizadas pelo varejo brasileiro para impulsionar as vendas, uma vez que permite realizar compras sem comprometer o orçamento familiar no curto prazo. Restringir ou eliminar esse mecanismo pode gerar impactos negativos à economia, reduzindo o consumo, afetando a sustentabilidade de inúmeros negócios — em especial as micro e pequenas empresas — e aumentando ainda mais a inadimplência entre os consumidores.

Diante da medida que vem sendo discutida para lidar com as elevadas taxas do rotativo do cartão de crédito, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é contrária ao fim do parcelamento sem juros. Com o objetivo de mobilizar o Poder Público, a Federação enviou ofício, na última quarta-feira (16), para Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e para Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, com sugestões de ações para reduzir os elevados juros atrelados ao crédito rotativo.

O crédito, aliado ao emprego e à renda, é pilar essencial na determinação dos padrões de consumo da população. É por meio da disponibilização de uma ampla gama de métodos de pagamento que as pessoas têm a capacidade de acessar bens e serviços, seja ao aproveitar descontos em transações à vista, seja ao optar por parcelar os pagamentos sem a incidência de juros.

Não à toa, as transações via cartões de crédito, no Brasil, movimentaram R$ 2,1 trilhões no ano passado, registrando aumento de 29,4% em relação a 2021, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). O parcelamento sem juros representa cerca de metade das operações realizadas em 2022.

Fonte: FecomercioSP