ESG: as lições de empresas que investem em sustentabilidade e responsabilidade social

 ESG: as lições de empresas que investem em sustentabilidade e responsabilidade social

Reunião da FecomercioSP traz casos da Dengo Chocolates, que tem foco nos ODS da ONU, e da TIM, que estrutura programa de diversidade e inclusão social

As empresas buscam ampliar o debate sobre os aspectos sociais da sustentabilidade, o “S” da sigla ESG. Com este ponto de partida, Estevan Sartoreli decidiu desenvolver na Dengo Chocolates a reflexão sobre uma cadeia mais justa e sustentável para o cacau, conforme contou recentemente, durante reunião do Comitê ESG da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Já Maria Antonietta Russo, vice-presidente de Recursos Humanos da TIM Brasil, falou, no encontro, sobre a criação da agenda ESG para a empresa de telefonia brasileira subsidiária da Telecom Italia.

O CEO e cofundador da Dengo disse como busca valorizar o produtor e melhorar a qualidade do produto seguindo a premissa da sustentabilidade com métricas ancoradas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). O primeiro propósito a ser incorporado foi o ODS 2 (sobre questões de agricultura sustentável), depois, a empresa adotou o ODS 12 (que engloba consumo e produção responsáveis) e o ODS 15 (de proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres).

“Atualmente, o valor agregado gerado para o produtor de cacau está em 3%, em nível mundial. O consumidor tem tido acesso a um produto com muito açúcar e menos cacau. Por isso, estão entre os nossos compromissos: dobrar a renda de pelo menos 3 mil produtores de cacau e reduzir em 50% a adição de açúcar nos produtos até 2030”, enfatizou Sartoreli.

Em outro setor de atuação, a TIM Brasil desenvolveu um programa de diversidade e inclusão que faz a empresa ter, entre os seus 10 mil colaboradores, 50% de mulheres e 36% de pessoas negras. Além disso, no segundo semestre de 2020, a empresa criou um comitê composto pela diretoria-executiva da companhia, que se reúne trimestralmente para discutir os avanços das políticas e das práticas de iniciativas de diversidade e inclusão, além de definir novas metas.

O compromisso com a questão social levou a empresa a fechar um acordo coletivo de trabalho após negociação com as organizações sindicais com novas cláusulas focadas em diversidade e inclusão, a fim de ampliar benefícios e políticas de diversidade para seus colaboradores negros, LGBTQiA+ e com deficiência.

“Aprendi que as pautas de diversidade e inclusão, em geral, não funcionam sem o comprometimento genuíno da liderança, porque esta agenda não é de RH, mas algo construído em conjunto com toda a estrutura da empresa”, concluiu Maria Antonietta.